Vinha eu pela vida, distraída,
vestindo um corpo cheio, alvo e fofo.
A gordura atraiu, atiçou desejos.
Outras vezes, pelo sol, morena
vesti um corpo rijo, esbelto e forte.
A beleza atraiu, atiçou desejos.
Algumas vezes, em fase de depressão,
perambulei um corpo seco, anguloso e feio.
A magreza atraiu, atiçou desejos.
O corpo vencedor de mutações,
Da Lua experienciou as fases.
Fui lua cheia , nova ,crescente e minguante.
Hoje, pelos Anjos guiada, eu me visto de luz.
Em verdade, o que realmente conta,
é a energia que a gente irradia.
É o Sol que alvorece no peito,
a cada novo dia.
Adaptação de versão publicada em “Versos em Azul e Branco”, (1998).
