Escolas Plurais – Linguagem do Coração

 

Foi com prazer e alegria que assisti o vídeo Escolas Plurais, documentário didático, dirigido pelo professor Pedro Nunes. Uma excelente e desafiadora ferramenta pedagógica. Uma denúncia que leva à reflexão sobre a Diversidade, sobre as Diferenças na escola, diferenças de qualquer tipo, de classe social, necessidades especiais, raça, cultura, credos religiosos, gênero. Este último o mais difícil, devido ao preconceito arraigado, devido à intolerância.

A opinião abalizada das mulheres, professoras e educadoras, oferecem subsídios para o estudo e compreensão de temas tão complexos como a diversidade e inclusão nas escolas. Uma escola que aceita e reflete as regras ditadas por uma sociedade resistente às mudanças, quando deveria modificá-la. Mulheres! Elas também excluídas, maltratadas, por uma sociedade patriarcal, machista e hipócrita. Evoluímos muito pouco!

O documentário é um alerta, uma denúncia feita com competência, seriedade e arte. Artes plásticas, teatro, dança, música, sons difusos, dissonantes. Arte que, de certa forma, nos agride com o propósito de despertar consciências. Torre de Babel. Como ouvir? Quem consegue entender quem? Os bonecos confeccionados com cores fortes, vibrantes, na minha visão, sugerindo sutis detalhes da fisionomia dos entrevistados, a caricatura. Nos deparamos com "A verdade das máscaras e a mentira do rosto". Perfeito.

No início a tela escura. O choro. Nasce uma criança. Mulher ou Homem? Macho ou Fêmea? O tempo dirá... A noção de gênero e da identidade sexual se desenvolve, se acentua e se define aos poucos. Assunto muito bem explicado e vivido pelos alunos entrevistados. O corpo biológico é feito para a reprodução, este é o conceito que prevalece. Entretanto, hoje, a ciência prova que no Universo tudo está em mutação. Há miríades, uma gama de tons entre o preto e o branco, o dia e a noite, por exemplo. E a sexualidade da consciência? O amor, a ternura, o companheirismo, onde ficam?

No decurso do documentário, ouvindo os diversos depoimentos, fica patente que o que mais se espera da escola é o 'acolhimento'. Hoje, ainda é uma utopia pensar em escolas preparadas para lidar com as diferenças, com a diversidade. A escola está longe de ser, um espaço sócio afetivo, que contribua para o equilíbrio dos seres humanos. Equilíbrio dos arquétipos femininos e masculinos que, nesta Era, passa por mudanças irreversíveis.  Aprendermos com as diferenças, educadores e alunos, este é o grande desafio. Dever de casa para todos nós.


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